terça-feira, 13 de dezembro de 2016

«- Que stress o Natal!»


 Nos últimos dias tenho ouvido, uma e outra vez, aqui e ali, esta afirmação:
 - “Que stress o Natal!”.

Obviamente, tal afirmação só pode estar associada a um “Natal-comercial”, essa espécie de moda a que a nossa sociedade aderiu e que se expressa numa certa compulsão para a aquisição de bens materiais destinados a presentear, nesta quadra Natalícia, familiares e amigos e onde se tende, também, a privilegiar/premiar aqueles que mais se ama, ou por quem se nutre um especial respeito ou carinho, ofertando-lhes (dentro das possibilidades de cada um) os melhores  presentes, por relação aos demais.


Mas, façamos, aqui, uma pausa.


- Será que existe, neste mundo, algum bem, alguma coisa material que possa, verdadeiramente, traduzir, expressar, representar ou intermediar, o amor/afeto que cada um sente, pelo outro?


No Natal celebramos o nascimento de Jesus Cristo. E Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra e de todas as coisas, visíveis e invisíveis, quando chegou a este mundo mostrou-nos o caminho: fez-se menino, um pedacinho de carne e de gente, inocente, frágil, para ser recebido e tomado nos braços do amor. Porque queria ser amado, sentir-se amado.

Por isso, não poderia ter chegado a este mundo de forma diferente. É que, Deus é amor. Vive onde existe amor. E “amar” é o seu verbo, o seu ensinamento.

O Natal é, essencialmente e, em primeiro lugar, a celebração do mistério da infância, da inocência e do amor. Por isso, é o tempo do “renascimento”, da mudança e da transformação interior. 

É o tempo de fazermos regressar a nossa alma de criança que, ao longo do tempo, fomos amordaçando e amortalhando por detrás das nossas “máscaras da importância”, dos nossos rótulos, dos nossos títulos, dos objetos que possuímos e dos cartões de crédito. 

E é absolutamente necessário ressuscitar a criança que fomos, para podermos olhar a vida e o mundo com esperança e alegria.

Celebrar o Natal é simples. Basta que nos tornemos simples.

Na verdade, receber um abraço afetuoso, um beijinho, um gesto sincero de amor e de ternura, fá-lo-á sentir bem melhor e mais feliz, do que receber qualquer presente.

Para celebrar o Natal seja simples e ame, simplesmente.

Deus, Pai Todo Poderoso, abeirou-se, de nós, como um ser “pequenino”, fazendo-se menino, porque queria ser amado. 

Poderão os homens conhecer a Deus e aproximar-se de Deus por um caminho diferente?


É, preciso, que nos tornemos humildes e “pequeninos” para compreender o Natal, a vida e, nela, todas as coisas…


Artigo publicado a fls. 6 do n.º 99 do Jornal Daqui, Mafra, com data de  14 de dezembro de 2016 - http://www.jornaldaqui.com.pt/


E, aproveito o ensejo, para vos desejar umas BOAS FESTAS e um FELIZ NATAL!

Maria João Vitorino

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